Por que fazer um Curso de Primeiros Socorros?

Espera-se dos profissionais da área de saúde, militares e profissionais liberais que prestem o Primeiro Atendimento de forma correta e eficaz ao seu cliente.

O trauma é a principal causa de morte nas primeiras 4 décadas da vida. No Brasil, as mortes e morbidades por causas externas ultrapassam 130 mil vítimas por ano, segundo o DATA-SUS, e ainda, para cada morte, 3 pacientes terão sequelas. 

A OMS (Organização Mundial de Saúde) já em 1985 divulgou que 2% da população mundial estava incapacitada em decorrência da violência. No final da década de 80, 1/3 de todas as internações hospitalares eram devidas a algum tipo de violência e os custos diretos e indiretos da violência chegavam a 500 bilhões de US$ por ano. Hoje, a nossa realidade é muito mais assustadora. 

Setenta por cento dos acidentes de trânsito ocorrem no limite de 30 quilômetros de casa e 25% deles são resultantes de excesso de velocidade, chegando a 136 mortes por dia. A cada 11 minutos uma vítima morre de acidente de trânsito no país. Nesse cenário, a prevenção tem papel fundamental e modificador efetivo da estatística na falácia das políticas de prevenção ao trauma. Segundo o Prehospital Trauma Life Support, US$ 1 empregado em capacetes para ciclistas e assento de segurança para crianças economiza US$ 29 do sistema de saúde norte-americano, e ainda US$ 1 empregado em aconselhamento aos pais por pediatras para prevenir traumas economiza US$ 10. 

O trauma interfere na política econômica do país reduzindo a vida das vítimas em uma média de 35 anos, mais que o câncer (15 anos) e as doenças cardiovasculares (12-15 anos). Assim, jovens que estariam produzindo para a sociedade e para o Estado, promovem gastos aos cofres públicos equivalentes a 5,6 vezes o gasto com educação, 21 vezes o gasto com transporte e 70 vezes o gasto com habitação, segundo publicado na Revista Conjuntura Econômica da FGV em 1999. 

Miguel Martinez Almoyna, Criador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência francês, em Paris, em sua visita a Minas Gerais em 2009 declarou que o "Trauma é assunto de professor e engenheiro". 

Quando pensamos em acidentes de trabalho, acidentes de trânsito, queda de altura, mergulho em água rasa e queimaduras, logo imaginamos se tratarem de imprevistos e fatalidades. É necessário que a população mude a visão sobre o trauma, uma vez que tais eventos são previsíveis e previníveis. Esperar passivamente iniciativas dos governantes não será uma atitude que irá mudar esses números. É preciso que cada cidadão enxergue sua corresponsabilidade na prevenção e na redução dos gastos públicos. A prevenção deve se tornar não só uma ação, mas, também, um hábito.

Você pode salvar a vida do seu paciente, de um colega de trabalho ou até mesmo de um familiar. O profissional que trabalha em áreas e situações de risco ou junto a aglomerações de populares ou trabalhadores, sem treinamento e não capacitado para Primeiros Socorros e Resgate pode agravar lesões a vítimas durante uma emergência ou urgência médica.